segunda-feira, 5 de julho de 2010


O que é Individuação? 

Jung: imagem google

“Mudar requer sempre disposição para reconhecer os próprios defeitos e isso dói. Dói despregar-se daquilo em que sempre acreditamos, principalmente em relação a nós mesmos. Autoconhecimento traz muitas dores, mas é uma das únicas estradas que podem nos libertar e levar à realização pessoal mais verdadeira, onde concretizamos toda nossa potencialidade adormecida”.

Para Carl Gustav Jung a individuação é o grande sentido da vida. Mas o que seria esta individuação?

Individuação é o processo de diferenciação psicológica que tem como finalidade o desenvolvimento da personalidade individual. Esse objetivo, todavia, é alcançado por meio de informações arquetípicas e depende da relação vital existente entre ego e inconsciente.

Jung chamou de individuação o processo em que o ser humano torna-se ‘si mesmo’, inteiro, indivisível e diferente “de outras pessoas ou da psique coletiva”.

Jung em uma de suas cartas ao pastor Werner Niederer em 26 de março de 1951, fala da diferença entre perfeição e totalidade, e deixa claro que a totalidade é a meta para a individuação, não a perfeição.

Sobre a individuação, Jung refere-se “à união de luz e sombra, sofrimento e alegria, masculino e feminino”; unidade entre a consciência e o inconsciente; ponte entre as polaridades psíquicas, promovendo a sua união, e traz à consciência parte do conteúdo desconhecido pelo ego; tornar “si-mesmo”, como um ser inteiro, mesmo contendo opostos e diz que o princípio da individuação é a conciliação suprema de opostos.

Na individuação, no que se refere à integração das partes da personalidade, Jung aponta que é preciso lembrar que a personalidade do eu “não contém os arquétipos, mas é apenas influenciada por eles, pois os arquétipos são universais e pertencem a uma psique coletiva sobre a qual o eu não pode dominar”.

Nesse entendimento, o arquétipo é caracterizado por Jung como uma potência psíquica que tem como base a experiência da humanidade e que muito serve à sua individuação quando aparece como símbolo. Imagens específicas levam o sujeito à dimensão coletiva e arquetípica da psique que é distinta da pessoal, que pertence ao ego.

Para Jung, o primeiro estágio do processo de individuação é o confronto com a sombra e lembra que sobre a influência da proximidade entre as pessoas nesse processo, Jung diz: “Diminuir a distância entre as pessoas é um dos pontos mais difíceis e mais importantes do processo de individuação. O perigo é suprimir a distância unilateralmente, causando violação ou ressentimento. Todo relacionamento tem seu ponto ótimo em distância”.

Walkíria Andrade F.


Referência:
FREITAS, Walkíria de A. R. Arteterapia em Consultório: uma viagem interior. Monografia de especialização em Arteterapia, Instituto Junguiano da Bahia (IJBA), Salvador – BA, 2009.

Nenhum comentário:

Postar um comentário