sexta-feira, 30 de abril de 2010

                       

                             "ParaPollok"

“Gestuar” tua memória
transpor o teu sopro e já
com um olhar passivo
sonho de brincar
sereia, princesa
de bruxa sob o luar
crio cenários de conseqüências
atuar prenhe
identidade singular.

Walkíria Andrade F.
(primavera/2005)


    
"Furacão Rita" Tela: Walkíria Andrade F.

"Furacão Rita"
“Todo mundo é símbolo e magia?”

E poesias... E poesias eu fiz, para filosofar com essa arte ingrata a fim de me reencontrar. Encontrar-me em teus tons, com teu cheiro, com “teu cinza brilhante”, tuas memórias sem fim, só para dançar e chorar por tuas formas e me perder nelas e, de novo em tuas formas me encontrar.

E é pensando em Pollock, na sua loucura, sua fragilidade, na sua paixão e desapego ao compromisso com a vida que me permiti iniciar este texto, tentando atravessar algumas fronteiras para perseguir também, através da poesia, a construção do meu pensamento.

Com pinceladas explosivas acompanhadas de movimentos obstinados Pollock incorpora todo um processo antropológico para dar significado a suas ações e inserções que eram conduzidas num decurso de emoção, ritmo e poesia, traduzindo seus sentimentos e registrando uma referência por ordem do contexto social onde o pós-guerra conferia a humanidade muito conflito, doença, drama e sofrimento.

Segundo Hesse (1989), Pollock perseguia uma ordem que poderia ser o caos que ele buscava estruturar tão obstinadamente na expressão dos seus gestos.

Buscando compreender e expressar a idéia de fenômeno neste trabalho, me utilizo de conceitos expressivos da contemporaneidade para discutir e refletir a realidade existencial do ser, através da investigação caracterizada por vivências e memórias que se dão pela identificação do caráter indiciário.

“Furacão Rita” retrata uma realidade carregada de emoções constituídas por uma resistência ao presente, falta de estímulo e dificuldade para transformar um momento que me parecia nebuloso e sem açúcar até o instante em que percebi que o fazer artístico solicitava-me adjacente ao diálogo entre minha realidade e a realidade da academia, um maior comprometimento e envolvimento com o atual instante.

Numa provocante discussão o mestre Leandro Konder, no seu livro “as Artes das palavra”, defende o realismo de Fernando Pessoa como um realismo existencial interno e conta que o seu heterônimo, Álvaro de Campos, considera: “temos todos duas vidas, a verdadeira que é a que sonhamos na infância e a que continuamos sonhando, adultos, num substrato de névoa, e a falsa, que é a que vivemos em convivência com os outros, que é a prática, a útil, aquela que acaba por nos meter no caixão”.

E, justamente dentro deste processo, num verdadeiro conflito existencial em que rejeitando técnica e suporte, invado o espaço pictórico e simulo um rompimento provocado por pinceladas agressivas e obstinadas, resultando na desconstrução de uma idéia, uma memória que não caberia mais ali.

Assim, nasce “Furacão Rita”, através da desconstrução da forma no plano para rebelar-se contra a tradicional expressão do ser enquanto agente criador. “Quando ocorre a transformação, o caos suplanta a permanência.” (Lippard, 1992, p. 192).

Conseqüentemente, esta ação que denomino de fenômeno, me propiciou um bem estar que foi essencial para o desbloqueio do processo criativo e harmonização do eu, fazendo-me sentir vazia, cheia da ausência de toda obrigação ou mesmo contestação. Pensar “o vazio como um estado necessário para se refletir sobre uma emergência”, contribuiu significativamente para uma melhor elaboração da minha realidade pessoal enquanto agente transformador e transgressor deste espaço do agora, do atual. (Herkenhoff, 2001, p. 26)

Sob uma percepção subjetiva “Furacão Rita” se aproxima da filosofia do expressionismo Alemão, quando segundo Harrison (1998, p. 63), os intelectuais do inicio do século XX acreditavam que através da arte o artista podia transmitir diretamente uma espécie de sentimento interior – emocional ou espiritual. “O que está envolvido nesses processos é explorado em Assim falava Zaratustra (publicado em partes na década de 1890), livro citado regularmente por membros do grupo Brücke, inicia para justificar suas atitudes declaradas em relação à arte. Nele Nietzsche usa a figura de Zaratustra para explorar e opor-se ao condicionamento cultural moderno. Ele declara a morte da religião e a perda do ‘significado’ convencional da vida (no sentido de propósito sobrenatural), defendendo uma tentativa de ‘superar’ esse condicionamento para descobrir outras de expressão e significado. (...) A metáfora da ponte (die Brücke) é usada por Zaratustra no livro para representar a jornada do homem da absorção numa cultura decadente para um estado de liberdade e ‘superação’. No prólogo, Nietzsche escreve em seu estilo epigramático característico: ‘O que é grande no homem é que ele é uma ponte e não um fim: o que pode ser amado no homem é que ele é uma abertura e uma passagem... Amo aquele que não retem uma gota de espírito para si mesmo, mas quer ser inteiramente o espírito de sua virtude: Assim ele transpõe a ponte como espírito.’ (em W. Kauffman, The Portable Nietzsche, p. 127)” (Harrison. p.65, 1998)

Com uma tendência expressionista para qualidade emocional aproprio-me de uma linguagem contemporânea para expressar e simular o rompimento do plano pictórico e desenvolver um tema que confere referência aos grilhões humanos. "Quero expressar meus sentimentos mais do que ilustrá-los”. (Pollock, 1914)

Contudo, “Furacão Rita” se distancia do expressionismo abstrato de Pollok, quando, ao perseguir um novo meio de representar minhas verdades subjetivas simulo o rompimento do plano pictórico através da desconstrução da forma, provocando com esta ação uma ilusão intencional da existência de uma nova dimensão no espaço.

Ainda insatisfeita com a conclusão da obra “Furacão Rita” me utilizo dos recurso da informática para apresentá-la por meio da impressão digital aplicada em poliestireno leitoso.

Finalmente, conduzindo o processo por um outro prisma,"um olhar amoroso", "Furacão Rita" ganha uma nova consciência e dimensão para dar origem à um outro trabalho que denominei de "Gradecidade".

"Furacão Rita” tem como técnica o uso da fotografia enquanto transfer sobre tela, de 80cm x 50cm, adicionada à tinta acrílica.
 

Walkíria Andrade F.
 
 
Referência:
FREITAS, Walkíria de A. R.. Paisagem. Monografia de graduação em Artes plásticas, Escola de Belas Artes (UFBA), Salvador – BA, 2009.

              
 I
Nise da Silveira: Imagem do google


Felinos e as janelas da mente

Nise da Silveira, veterana no combate aos métodos tradicionais de psiquiatria, escreve um pequeno e encantador tratado sobre gatos

Nise: (1905 - 1999)
Publicado em 1998

Aos 93 anos, Nise da Silveira está apaixonada. "Ele é lindo!", suspira a psiquiatra, quando pensa em Belo Antônio. Cinzento e felpudo, Belo Antônio é um das dezenas de gatos que habitam o Parque do Flamengo, área verde do Rio de Janeiro que a médica visita quando o tempo permite e a saudade de Carlinhos aperta. Há quatro meses, desde a morte do bichano Carlinhos, Nise enfrenta os dias sem companhia felina. Mais uma frustração para quem há seis anos sofre por se ver presa à cadeira de rodas e ter perdido uma sucessão de amigos - homens ou gatos. A alagoana que revolucionou a psiquiatria no Brasil e teve seus métodos de cura de esquizofrênicos, pelo afeto e pela alegria, admirados em todo o mundo remedia a saudade e a monotonia escrevendo um livro atrás do outro. No dia 22 de outubro, no Palácio da Cidade, sede da prefeitura carioca, ela vai lançar seu sétimo livro: Gatos, A Emoção de Lidar. Despretensioso, o livro é uma coleção de textos e poemas sobre gatos que Nise escreveu ou selecionou de outros autores. "Eu poderia ter feito um livro que acentuasse mais as maldades que as pessoas fazem com os animais. Mas a tristeza não acrescenta muito", diz Nise, já fazendo planos de escrever um novo livro.

À primeira vista, parece impossível que aquele fiapinho de senhora, dedos entortados pela idade e óculos grossos, possa escrever. Mas Nise escreve. A mão. Todo dia e sempre quando pode. "É um prazer", sorri. A próxima obra deverá ser sobre a psiquiatra Marie-Louise von Franz, sua mestra no período em que estudou em Zurique, no Instituto C.G. Jung, em 1957. Nessa época, Nise já era veterana na guerra contra os métodos tradicionais usados no tratamento da loucura, como os eletrochoques e a lobotomia, uma cirurgia que mutilava o cérebro. Formada em Medicina em 1926 - a única mulher numa turma de 156 homens -, Nise trabalhava em psiquiatria desde 1933. Em 1944, escalada para atender no Centro Psiquiátrico Pedro II, no Rio de Janeiro, recusou-se a dar choques em um paciente. Acabou transferida para o então desprezado setor de terapia ocupacional.

Nise percebeu que a pintura, o desenho e a modelagem poderiam ser meios de expressão para os pacientes impedidos pela esquizofrenia de usar a linguagem verbal. Em 1952, criou no Pedro II o Museu de Imagens do Inconsciente para preservar os trabalhos de seus clientes (como prefere chamar os doentes). A médica considera as obras - são mais de 300 mil - janelas para a psique, uma preciosa ajuda no entendimento dos "inumeráveis estados do ser". Mas críticos - especialmente Mário Pedrosa e Ferreira Gullar - se encantaram com a beleza de trabalhos de internos como Emydio, Adelina e Fernando Diniz. "Emydio estava internado havia 25 anos no Hospital Engenho de Dentro. Era o encarregado de levar a roupa do hospital para a lavandeira. Da primeira vez que pintou fez este quadro", diz Nise, apontando uma bela pintura na parede.

É um dos poucos enfeites nos dois apartamentos modestos do bairro do Flamengo onde Nise vive há quase 50 anos. O de cima é seu escritório, onde lê jornais e livros de Machado de Assis e literatura francesa; o de baixo, moradia. Os dois envelheceram com ela. As paredes estão descascadas; o chão, desbotado. Suas companhias são a secretária Deusilene Moreira Lago e Maria Nilsa Simplício, há 26 anos sua explosiva e carinhosa empregada. "Esta é minha chefe. Ela me repreende e eu aceito", diz, divertida, a médica, que às vezes deixa as duas tontas, com ataques de irritação e crises de insônia. "Nise tem um temperamento forte. É brigona", diz o sobrinho, o engenheiro Vladimir da Silveira.

Além das fotos do marido morto em 1986, o sanitarista Mário Magalhães da Silveira, há muitos retratos do pensador Carl Jung, em cujas idéias Nise baseou boa parte de seus estudos. O próprio psiquiatra suíço lhe deu a pista para a compreensão dos trabalhos dos internos, recomendando o estudo da mitologia. Jung visitou a exposição de obras dos internos do Pedro II que Nise levou para um congresso em 1957. "Ele gostou muito, pois os desenhos confirmavam suas teorias. Era uma pessoa muito simples", lembra, emocionada. Em 1969, Nise fundou no Brasil o primeiro grupo de estudos das obras de Carl Jung. Desde então, todas as noites de quarta-feira o apartamento onde mora está aberto para quem quiser aparecer. "Há muito por estudar", afirma Nise, presença certa. "Ela às vezes nos surpreende citando trechos de Jung, dizendo exatamente o volume e a página", diz Vera Macedo, diretora da Casa das Palmeiras, centro de tratamento que Nise fundou em 1952, em Botafogo. Grupos de estudantes vêm de outros estados para ouvir as discussões. "Quando ela entra na sala, muitas vezes é aplaudida. Acho que é sua única vaidade", conta seu sobrinho Vladimir.

Aos estranhos, ela garante que "fez pouco" em sua carreira. Mas, depois de assistir a uma peça escrita e desempenhada pelos clientes da Casa das Palmeiras, onde acontecem muitas outras atividades artísticas, segredou contente a Vladimir: "Se não existisse um lugar como esse, a maior parte deles estaria em hospícios". O próprio fotógrafo do livro, Sebastião Barbosa, foi um cliente da Casa e ainda hoje, volta e meia, procura a antiga médica e amiga para uma sessão de análise. "Ela resolve qualquer problema. Só não resolve falta de dinheiro", garante.

Autora: Anabela Paiva
http://epoca.globo.com/edic/19981005/cult4.htm#tit


Por Walkíria Andrade F.
   
   Foto: Walkíria Andrade F.

A  G A T A

Sentada na poltrona de vermelho estampado
A gata observava
A gata sonhava

Sentada na poltrona de vermelho estampado
A gata dormia
A gata espreguiçava

Sentada na poltrona de vermelho estampado
A gata acreditava
a gata encarnava

Sentada na cadeira de vermelho estampado
Que era rainha
A gata pensava.

Walkíria Andrade F.

Dedico essa poesia a minha linda gatinha "Lindinha" que já nos acompanha há cinco anos e com ela tenho aprendido muito.


Por Walkíria Andrade

quarta-feira, 28 de abril de 2010


A argila no processo terapêutico

"O barro toma a forma
que você quiser
você nem sabe
está fazendo
apenas o que o barro quer”.
 (Leminsk)


Foto: Walkíria Andrade F.

Esta técnica artística é milenar, e era utilizada pelas civilizações antigas para a confecção de utensílios domésticos como também de peças de grande valor simbólico com representatividade em culto e cerimônias sagradas, como os rituais de fertilidade, por exemplo. (SEIXAS, 2008)

“A argila é um material natural muito flexível e maleável. “Proporciona a oportunidade de fluidez entre material e manipulador como nenhum outro” (OAKLANDER, 1980, apud COUTINHO, p.80, 2007). Utilizada na criação de cerâmica, a argila ou o barro, é um dos materiais mais utilizados para a técnica da modelagem.

Comparada à massa plástica ou massinha, a argila é um material muito mais rico tanto nas possibilidades afetivas quanto no maior grau de intensidade da troca que o sujeito estabelece com ela, inclusive passando o calor de suas mãos para a massa, que, a princípio fria, ao ser manuseada vai se aquecendo. Quando seca, a argila ganha vários tratamentos como tinta, cal, queima em fornos especiais, verniz. “É muito raro cometer um “erro” ao trabalhar com argila, uma vez que se pode recomeçar e remodelar, transformando o que for preciso. E isto no contexto terapêutico é um ponto importante a ser trabalhado” (COUTINHO, 2007, p. 80).

Seixas (2008), nos diz que o barro tem a natureza primitiva por agregar os quatro elementos: o ar, o fogo, a terra e a água. “A argila ressecada precisa de água para tornar-se plástica e flexível e o calor das mãos irá moldar uma forma cuja permanência necessitará da utilização do fogo que devolverá o ar à atmosfera” (2008). E conclui quando diz que os quatro elementos unidos nos fazem retornar ao primitivo, as forças da mãe terra.

O poder do fogo, segundo o pensamento alquímico deixa evidente para o indivíduo que existe uma terra sólida no qual ocorre a circulatio dos quatro elementos onde a terra se transforma em água, e a água se transforma em ar, o ar em fogo e o fogo em terra, e isso corresponde psicologicamente às diferentes fases do processo de individuação. (SEIXAS, 2008)

A modelagem é muito importante para ativar o indivíduo que se encontra em um estado de estagnação e não consegue transmitir seus pensamentos e sentimentos a suas energias a fim de disponibilizá-los em sua vida. Com a modelagem registramos histórias, expressamos atitudes, e fazemos mudanças psíquicas, ao passo em que mudamos a forma na modelagem, transformamos nossas atitudes e emoções humanas. Além de despertar emoções adormecidas. (SEIXAS, 2008)

È imprescindível que o arteterapeuta esteja atento a cada gesto, cada movimento e cada emoção, facilitando o processo do indivíduo. Observar suas palavras (associações livres), o clima emocional, sua atitude, sua expressão corporal, e a percepção de qual arquétipo o está mobilizando; o tema livre escolhido por ele, como este elabora o tema sugerido pelo terapeuta, a composição, espaço, ritmo, dimensão da obra. As áreas vazadas nos dão condições de observar a intenção do indivíduo, mesmo inconsciente de se criar mais leveza ou atingir a sensação de se penetrar em área íntima.(SEIXAS, 2008)

O indivíduo poderá modelar uma forma criando saliências ou depressões, contorno indefinido ou bem definido. Cabe ao arteterapeuta procurar compreender, ou melhor, proporcionar ao indivíduo a compreensão da sua relação com o objeto criado. É importante também perceber qual a posição da obra do individuo que ele prefere observar, quais sensações essa imagem lhe traz, que sentimentos e associações podem ser feitas a partir daí. (SEIXAS, 2008)

“A possibilidade de trocar de forma com uma intensa rapidez traz em si a vivência do poder ser de diferentes maneiras, contudo sem perder a noção de si mesmo, representado no tipo de material que continua sendo o mesmo, apesar das diferentes transformações produzidas” (URUTIGARAY, p. 63, 2008).

Podemos usar para a manipulação da argila alguns materiais como clips, fios, correntes, palito de fósforo e de churrasco, barbante, régua e água. Para o acabamento as tintas guache, acrílica e gesso.


Walkíria Andrade F.


Referência:
FREITAS, Walkíria de A. R. Arteterapia em Consultório: uma viagem interior. Monografia de especialização em Arteterapia, Instituto Junguiano da Bahia (IJBA), Salvador – BA, 2009.

Abuso nos Relacionamentos Íntimos: As consequências danosas e irreversíveis do abuso sexual , psicológico e físico

Foto: www.ask.com/picturesr      

As relações interpessoais patológicas são aquelas em que um dos indivíduos ou os dois nutrem pelo outro o sentimento de posse. O sentimento do outro e tudo o que ocorre com sua intimidade psíquica é invadido por seu cônjuge adoecido.

Nesta relação disfuncional tudo o que se quer é o pleno domínio, e quando não se consegue ocorre o sofrimento.

O abuso nos relacionamentos íntimos traz efeitos danosos marcantes na qualidade de vida na saúde física e emocional. Segundo Ballone In Psiqweb.med, caracteriza-se abuso físico” O uso de ameaça, força física ou restrição imposta a outro no sentido de coagir, obrigar, castigar, causar dor ou injúria .”

A vítima de abuso físico geralmente encontra-se em desvantagem em relação ao seu agressor, podemos considerar que o agressor usará de algum recurso para violentar e atacar sua vítima que sem chances de defesa muitas vezes sofre silenciosamente . Cabe dizer que o abuso físico não necessariamente é praticado apenas por homens, as mulheres também violentam seus cônjuges porem as características do abuso é que são diferentes. Segundo pesquisas realizadas no México, Canadá e EUA, Quando as vítimas são homens, normalmente a violência física não é praticada diretamente, tendo em vista a habitual maior força física dos homens. Havendo intenções agressivas por parte da mulher, esses atos podem ser cometidos por terceiros, como por exemplo, parentes da mulher ou profissionais contratados para isso. Outra modalidade são as agressões que tomam o homem de surpresa, como por exemplo, durante o sono. (psiqweb.med, 2007).

As características psicológicas das vítimas e dos agressores possuem traços próprios e que muitas vezes se convergem, geralmente uma vítima de violência não a está sofrendo pela primeira vez, a violencia contra seu eu já fora antes praticado por alguém que teoricamente deveria protegê-lo. Para uma vítima de agressão o ato em si torna-se naturalizado pois já foi experenciado na infância. Em psiqweb. Med lemos que “crianças traumatizadas, maltratadas, abusadas, abandonadas, ou seja, com prejuízo na formação do Vínculo Afetivo durante a infância apresentam, com freqüência, modelos inseguros de representação da realidade na idade adulta, com conseqüentes dificuldades no relacionamento íntimo. No futuro essas pessoas são, com mais freqüência, vítimas ou perpetradores de maus tratos nas relações interpessoais com as pessoas significativas. Além disso, através dessa Teoria do Vínculo, a pessoa vítima de maus tratos durante a infância constrói padrões inseguros de vinculação no relacionamento íntimo na idade adulta.”

O abuso sexual é qualquer conduta sexual com uma criança levada a cabo por um adulto ou por outra criança mais velha. Isto também pode significar, além da penetração vaginal ou anal na criança, tocar seus genitais ou fazer com que a criança toque os genitais do adulto ou de outra criança mais velha, ou o contacto oral-genital ou, ainda, roçar os genitais do adulto com a criança.

Às vezes ocorrem outros tipos de abuso sexual que chama menos atenção, como por exemplo, mostrar os genitais de um adulto a um criança, incitar a criança a ver revistas ou filmes pornográficos, ou utilizar a criança para elaborar material pornográfico ou obsceno.

Entre adultos, o abuso sexual é habitualmente definido como “uma interação sexual conseguida contra a vontade do outro, através do uso da ameaça, força física, persuasão, uso substâncias facilitadoras ou outro recurso a uma posição de autoridade”

Crianças vítimas de abuso sexual estão propensas a desenvolver algum tipo de psicopatologia ao longo de seu desenvolvimento, sendo que os danos causados pelo abuso em si são irreversíveis tornando-se marcas profundas e impossíveis de serem removidas .

Por fim temos o abuso psicológico que é um padrão de comunicação, verbal ou não, com a intenção de causar sofrimento psicológico em outra pessoa. Muitas vezes o abuso psicológico é a única forma de abuso entre o casal, talvez por se tratar de uma atitude menos detectada como politicamente incorreta. O abuso psicológico é, às vezes, tão ou mais prejudicial que o abuso físico, e se caracteriza por rejeição, depreciação, discriminação, humilhação, desrespeito e punições exageradas. Não é um abuso perpetrado predominantemente pelos homens, como é o caso do abuso físico. Ele existe em iguais proporções em homens e mulheres. Trata-se de uma agressão que não deixa marcas corporais visíveis, mas emocionalmente causa cicatrizes indeléveis para toda a vida. (psiqweb.med, 2007)

Um tipo comum de abuso psicológico é a que se dá sob a autoria dos comportamentos histéricos, cujo objetivo é mobilizar emocionalmente o outro para satisfazer a necessidade de atenção, carinho e adulação. A intenção do(a) agressor(a) histérico(a) é mobilizar o outro(a) tendo como chamariz alguma doença, alguma dor, algum problema de saúde, enfim, algum estado que exige atenção, cuidado, compreensão e tolerância.

Outra forma de abuso psicológico é fazer o outro se sentir inferior, dependente, culpado ou omisso é um dos tipos de agressão emocional dissimulada mais terríveis. A mais virulenta atitude com esse objetivo é quando o agressor faz tudo corretamente, impecavelmente certinho, não com o propósito de ensinar, mas para mostrar ao outro o tamanho de sua incompetência.

O abuso psicológico é, às vezes, tão ou mais prejudicial que o abuso físico, e se caracteriza por rejeição, depreciação, discriminação, humilhação, desrespeito e punições exageradas. Não é um abuso perpetrado predominantemente pelos homens, como é o caso do abuso físico. Ele existe em iguais proporções em homens e mulheres. Trata-se de uma agressão que não deixa marcas corporais visíveis, mas emocionalmente causa cicatrizes indeléveis para toda a vida.

Um tipo comum de abuso psicológico é a que se dá sob a autoria dos comportamentos histéricos, cujo objetivo é mobilizar emocionalmente o outro para satisfazer a necessidade de atenção, carinho e adulação. A intenção do(a) agressor(a) histérico(a) é mobilizar o outro(a) tendo como chamariz alguma doença, alguma dor, algum problema de saúde, enfim, algum estado que exige atenção, cuidado, compreensão e tolerância.

Outra forma de abuso psicológico é fazer o outro se sentir inferior, dependente, culpado ou omisso é um dos tipos de agressão emocional dissimulada mais terríveis. A mais virulenta atitude com esse objetivo é quando o agressor faz tudo corretamente, impecavelmente certinho, não com o propósito de ensinar, mas para mostrar ao outro o tamanho de sua incompetência.

Agressões Psicológicas são aquelas que, independentemente do contacto físico, ferem moralmente. A Agressão Psicológica, como nas agressões em geral, depende do agente agressor e do agente agredido. Quando não há intencionalidade agressiva e o agente agredido se sente agredido, independentemente da vontade do agressor, a situação reflete uma sensibilidade exagerada de quem se sente agredido.

Havendo intencionalidade do agressor, o mal estar emocional produzido por sua atitude independe da eventual sensibilidade aumentada do agente agredido e outras pessoas submetidas aos mesmos estímulos, se sentiriam agredidas também.

A Agressão Psicológica é especialidade do meio familiar, e muito possivelmente, dos demais relacionamentos íntimos, chegando-se ao requinte de agredir intencionalmente com um falso aspecto de estar fazendo o bem ou de não saber que está agredindo. O simples silêncio pode ser uma agressão violentíssima. Isso ocorre quando algum comentário, uma posição ou opinião é avidamente esperado e a pessoa, por sua vez, se fecha num silêncio sepulcral, dando a impressão politicamente correta de que “não fiz nada, estava caladinho em meu canto...”. Dependendo das circunstâncias e do tom como as coisas são ditas, até um simples “acho que você precisa voltar ao seu psiquiatra” é ofensivo ao extremo, assim como um conselho falsamente fraterno, do tipo “não fique nervoso e não se descontrole”.

Não é o freqüente, no relacionamento íntimo, a agressão sem intencionalidade de agredir, ou seja, a agressão que é sentida pelo agente agredido, independentemente da vontade do agressor. Normalmente, pelo fato da família ser um grupo onde seus membros têm pleno conhecimento da sensibilidade dos demais, mesmo que a situação de agressão refletisse uma sensibilidade exagerada de quem se sente agredido, o agressor não-intencional deveria ter plena noção das conseqüências de seus atos. Portanto, argumentar que “não sabia que você era tão sensível” é uma justificativa hipócrita.

As atitudes agressivas refletem a necessidade de uma pessoa produzir alguma reação negativa em outra, despertar alguma emoção desagradável. As razões dessa necessidade são variadíssimas e dependem muito da dinâmica própria de cada família. Podem refletir sentimentos de mágoa e frustrações antigas ou atuais, podem refletir a necessidade de solidariedade emocional não correspondida (estou mal logo, todos devem ficar mal), podem representar a necessidade de sentir-se importante na proporção em que é capaz de mobilizar emoções no outro.

Autor: Ana Paula R. Rodrigues

Por Walkíria Andrade F.

domingo, 18 de abril de 2010


A SOMBRA

         img.blogs.abril.com.br/

"Se despertas o que tem dentro de ti, o que tem dentro de ti, te curará"

Esta frase nos fala da possibilidade de nos tansformarmos através do enfrentamento com nosso lado sombrio. Na psicologia analítica, a Sombra, faz referência ao arquétipo que é o nosso ego mais “sombrio”, mais reprimido, que nós desejamos que permaneça escondido por suas nuances maléficas, que podem ser indesejadas socialmente. “É o lado obscuro, ameaçador e indesejado de nossa personalidade; a parte de nós reprimida por conta do ideal do ego (aspiração de padrões considerados ideais por nós, pelos nossos pais ou pela sociedade)”. (RODRIGUES, 2009)

Jung acreditava que esse arquétipo foi herdado das formas inferiores de vida através da longa evolução que levou à formação do ser humano. A sombra traz consigo todas aquelas atividades, sentimentos e desejos que podem ser considerados imorais e violentos, aqueles que a sociedade, e até nós mesmos, não podemos aceitar. (JUNG, 1964)

A sombra nos leva a nos comportarmos de uma forma que normalmente não aceitaríamos e que igualmente a sociedade rejeitaria. E, quando isso ocorre, acabamos por afirmar e sentir que o fato foi gerado ou impulsionado por algo que estava além do nosso controle. Esse "algo" é a sombra, a parte primitiva, instintiva da natureza humana. (JUNG, 1964)

Para Zweig e Wolf (2000, p. 55), “a sombra se esconde em nossas vergonhas secretas. Descobrir a vergonha é descobrir uma flecha apontando diretamente para material de sombra”.

Apesar de ter esse aspecto sombrio e negativo, a sombra também carrega consigo um papel positivo, já que “é responsável pela espontaneidade, pela criatividade, pelo insight e pela emoção profunda”, características tão importantes ao pleno desenvolvimento humano. (JUNG, 1964)

O trabalho que Jung propõe é tornarmos a nossa sombra a mais clara possível. É tomarmos consciência não só da existência dela, mas fazermos contato com ela para que assim possamos melhorar seus aspectos e nos relacionarmos melhor com ela, fazendo com que nos relacionemos melhor com as nossas emoções e consequentemente com o mundo externo. (JUNG, 1964)

A sombra também pode ser projetada em outra pessoa, quando geralmente vemos no outro algo que nos incomoda, que pode nos dar “nojo” obrigando-nos a reagirmos intensamente, mas que na verdade pode não passar de uma rejeição de nossas próprias características negativas, negadas por nossa persona. (ZWEIG e WOLK, 2000)

Zweig e Wolk (2000), acrescentam também que se não nos conscientizarmos das sombras cristalizadas em nossos músculos e células ao longo dos anos, ficará muito difícil evitar que elas passem a contar suas histórias.

Walkíria Andrade F.

Referência: FREITAS, Walkíria de A. R. Arteterapia em Consultório: uma viagem interior. Monografia de especialização em Arteterapia, Instituto Junguiano da Bahia (IJBA), Salvador – BA, 2009.

terça-feira, 6 de abril de 2010

    
Terapia floral uma riqueza de legado

     
             Foto: Google Imagens

Até o momento, não existe explicação alguma sobre o modo de ação das essências florais capazes de satisfazer aos critérios científicos atuais. Têm sido oferecidas hipóteses baseadas na química molecular, na cibernética e na física para explicar outros sintomas sutis de cura. É possível que elas também se apliquem aos florais. Considerando-se a expansão extremamente rápida do conhecimento nesses campos, será uma questão de tempo poder também as mudanças de energia produzidas por tais métodos sutis serem medidas e demonstradas por processos científicos.

Em 1934, Dr. Bach, criador do método Floral, escreveu o seguinte em relação ao modo como operam as Essências Florais: “A ação desses remédios consiste em elevar nossas vibrações e abrir nosso canal para a recepção do eu espiritual; em inundar nossa natureza com a virtude particular, e em expurgar de nós o erro que causa o mal. Elas nos curam, não atacando a moléstia, mas inundando-nos o corpo com as formosas vibrações da nossa natureza superior, na presença das quas a moléstia se derrete, qual neve ao calor do sol.”

“Não haverá cura verdadeira se não houver mudança na aparência, paz de espírito, e felicidade interior.” A princípio, isso pode parecer improvável a muita gente, mas tornar-se-á perfeitamente claro se, se compreender e aceitar a premissa em que o médico, homeopata Eduard Bach baseou sua linha de pensamento – semelhante a Hipócrates, Hahnemann e Paracelso, grandes homens que tinham o mesmo espírito.

Como terapeuta floral, e com experiência de alguns anos atendendo em consultório, sinto-me a vontade para dizer o quanto é importante e maravilhoso sentir e perceber a grande mudança que ocorre em todos os aspectos do ser humano em tão pouco tempo dentro do trabalho de terapia floral. Falo importante, pela necessidade urgente da crença na energia das flores em nossa vida como veículo em potencial para saúde mental e física. Pessoas com síndrome do pânico, sentimento de rejeição, inadequação, situações de perda em qualquer nível, traumas, magoas, intolerância, transição de fases que representam mudanças, em fim, o floral transforma a realidade interna do ser. Casais que se encontra em processo de adoção, por exemplo, estes geralmente lidam com crianças na maioria das vezes com comportamentos atípicos e dificuldade de relacionamento que são naturalmente oriundos de sentimento de profunda solidão, angustia baixa auto-estima. No entanto, ainda existe muita resistência por parte das pessoas a esse tipo de terapia, na maioria das vezes a falta de conhecimento contribui bastante, noutras a preguiça de tentar um jeito mais saudável de viver sem levar em consideração que qualquer veículo que nos ajude no processo de autoconhecimento, facilitará a nossa passagem aqui na terra de forma mais amorosa e integrada a vida.

Atendi há pouco tempo atrás, uma criança que se encontrava em processo de adoção por um casal de italianos. A menina de 6 anos carregava um profundo sentimento de carência afetiva, vazio interno, sentimento de separatividade, dissimulação, grande falta de energia da entrega e da confiança, principalmente em relação ao sexo feminino. Os florais administrados, em pouco tempo, não só acionaram e desbloquearam a energia que a princípio era a causa da dificuldade na relação filho-mãe, como também, despertou- a para qualidades como amorosidade, confiança e compreensão. Concluindo: A criança passou a conviver e relacionar-se principalmente com mais harmonia com a mãe adotiva que a princípio, era a pessoa que mais rejeitava.

Acredito ser as essências florais um dos poucos meios que ajudará a humanidade, tornar-se mais justa, solidária, equilibrada, uma sociedade menos doente, emocionalmente mais educada. Compreender que devemos e podemos administrar nossas emoções, reconhecer que somos os únicos responsáveis por tudo que nos acontece, torna-se necessário para que possamos ter mais saúde mental e conseqüentemente física.

O floral busca Integrar todos os níveis da existência humana: o corpo físico, o emocional e o mental, conseqüentemente trabalham os sentimentos, as emoções, os pensamentos e a vontade.

A ação do floral resulta num processo cumulativo poderoso. Através do profundo trabalho de expansão da consciência, atua na transformação e dissolução, tais como bloqueios energéticos e seus correspondentes sentimentos distorcidos que limitam a verdadeira expressão da essência, fonte de toda cura, sabedoria, criatividade e alegria.

As essências florais nos permitem responder a esses modernos desafios da alma. Elas nos ajudam a manter a nossa sensibilidade e nos trazem a força para trabalhar as adversidades do mundo.

Walkíria Andrade F.

Bibliografia:
SCHEFFER, Mechthild.Terapia floral do Dr. Bach: Teoria e prática. 12 ed.S.Paulo: Pensamento, 1997.
LAMBERT, Eduardo. Os estados afetivos e os remédios florais de Dr. Bach: um repertório completo para usar na terapia floral. 10 ed. São Paulo: Pensamento, 1997.
MUNDIM, Marcos de Oliveira e outros. Tratado de saúde Holística: Os florais de Bach na medicina da nova era. S. Paulo: Ground, 1994

domingo, 4 de abril de 2010


O que é Arteterapia?


Foto: Walkíria Andrade F.. Desenho de um paciente.


Instaurada em 1941 nos Estados Unidos, a “arteterapia”, propõe o uso de recursos artísticos como material, como ferramentas de um processo terapêutico, ou seja, é uma relação sistematizada de ajuda através de práticas e objetos providos das artes, que só foi reconhecida como profissão em 1969. Ela vem ganhando cada vez mais espaço nas áreas de desenvolvimento humano e saúde, principalmente na área de saúde mental, como uma nova forma de abordagem e modelo investigativo da psique humana. Esse novo modelo de processo terapêutico do século XX, explora o potencial criativo do indivíduo em sua singularidade, resgatando partes “adormecidas da criança” que cada um de nós guardamos; do criativo, do lúdico e do espontâneo. Propicia novas formas de expressão, comunicação e uma nova dialética com “questionamentos íntimos; das dores, medos, angústias, fantasias, reflexões...”. (MACIEL, 2008).

Malchiodi (1997, apud SEI e PEREIRA, 2009) diz que a Arteterapia representa um meio alternativo de atendimento psicológico, no momento em que se admitem as produções artísticas, atuarem como veículo de informações subjetivas, relevantes. Concordando com ela, quanto à importância do meio para a obtenção de informações, já que esta poderá ser transmitida de outra forma que necessariamente não precise ser verbalizada e, baseada na minha experiência nesse último ano enquanto arteterapeuta tenho que admitir o quão é valioso o trabalho com os símbolos e seus significados. Penso que é criando que o ser humano, principalmente a criança, faz suas infinitas descobertas, desenvolve sua expressão e imaginação espontaneamente, descarrega suas tensões e exterioriza suas alegrias, temores e fantasias. A prática da Arteterapia proporciona a harmonia corporal, o autoconhecimento, o amadurecimento.

Walkíria Andrade F.


Referência: FREITAS, Walkíria de A. R. Arteterapia em Consultório: uma viagem interior. Monografia de especialização em Arteterapia, Instituto Junguiano da Bahia (IJBA), Salvador – BA, 2009.